segunda-feira, 9 de setembro de 2013

De como o feminismo liberta



Esse é um post bastante pessoal. É sobre minha vida e quem eu sou. Pronto. 

Família. Primeiro, vou tentar ao máximo não entrar no lado sentimental da situação. Em nenhum momento eu ponho em xeque o amor que sinto por meus pais e irmãos. O assunto não é esse. 

Sou muito ligada ao feminismo. Não só socialmente, mas emocionalmente. Já me disseram que eu mudei depois que "virei feminista". Pensei bastante nisso e descobri que não, não mudei. Só encontrei uma justificativa coerente pra ser quem eu sempre quis ser. Durante muito tempo sofri em segredo por ser exatamente o contrário do que sempre esperavam de mim. Nunca fui mocinha, calada e delicada. Sempre ri alto, não sou nem um pouco tímida, nem recatada, nem carola. Não sou cheia de moral e nem pudores. Nunca achei errado nada relacionado ao sexo. Atuei como uma menina fofa pra família durante toda uma vida. Por dentro, me roía de raiva e achava bizarra a minha prima super obediente que não questionava nada. 

Me achava péssima. Uma falsa, covarde e mentirosa. Já passei por várias crises, tentando com força mudar minha essência, meus pensamentos. Eu não sabia que era certo ser eu. Foi o feminismo que me ajudou a encontrar a tão procurada autoaceitação. E eu sou um pequeno caso a parte. E a quantidade de mulheres que superaram o terrível trauma de um abuso sexual pelo feminismo? E as que conseguiram sair da companhia de homens que a espancavam? Sem o nosso feminismo o mundo seria bem diferente. Aqui o assunto deixa de ser eu. Eu não significo nada. Eu sou só uma das inúmeras mulheres que conseguiram extrair da opressão a força pra lutar. Não é fácil transformar o ódio em amor. Quem consegue, torna-se livre. Antes de mais nada, o feminismo liberta.

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