quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Blue is the Warmest Color: Contradições em uma arte quase impecável.

Nunca vi nada mais difícil do que falar desse filme. O longa tem infinitos aspectos positivos e negativos e isso me deixou pensando muito. Em poucas palavras, o que me incomodou no filme foi a contradição, que tentarei explicar. Tenho até receio de apontar  isso e estar falando muita bobagem, já que até agora não vi nada de negativo sendo falado sobre o filme.



****************CERQUINHA DOS SPOILERS****************

O filme é sobre uma menina confusa que descobre em uma garota mais velha seu mundo, sonhos e desejos.

O título original, La Vie d'Adèle, junto com os cartazes do filme, sugeriram muito bem o que o longa iria ser. Aquela película intimista, com câmeras bem próximas e todo em tons pastéis. Esteticamente o filme é de encher os olhos. O fato de Adèle (Adèle Exarchoupolos) sempre estar de azul antes mesmo de conhecer Emma (Léa Seidoux) já nos prepara pro grande papel que essa cor vai representar o tempo todo. Quem não se atentar para os momentos, os lugares e as situações que a cor azul aparece vai perder uma parte da magica que o filme faz com sua arte. Algumas sacadas geniais que dão vontade de levantar e aplaudir são uma grande e gostosa cereja que dá cor nos momentos mais chatos do filme. Exemplo, o salto quilométrico e sem explicação que o roteiro dá, de um romance imaturo às duas morando juntas. Nesse segundo momento, Emma, que tem como forte característica os cabelos coloridos, tem cortado o cabelo e tirado a cor azul. Isso faz notar, junto com outros elementos, o amadurecimento da personagem. Ela agora faz planos e olha pra Adèle não como uma paixão que se sustenta por si só, mas como um futuro que precisa ser tratado como tal. Depois, num encontro pós término, Adèle chega com um novo corte de cabelo e pergunta a Emma se isso a deixou mais séria. Gostei muito desse jogo estético, muito subjetivo e com um significado bastante intenso. O filme também em alguns momentos explica emoções, o que é altamente desnecessário, mesmo com uma atriz propositalmente inexpressiva. Depois Adèle ganha cor, voz e sorriso, e vemos que a apatia era fruto da realidade sufocante que estava vivendo.

A minha principal crítica ao filme, é que ele se mostra contraditório à própria proposta. Digo, um filme sobre um romance homossexual, que se apresenta inicialmente como um filme doce, torna-se superficial na segunda metade. Temos uma protagonista com um potencial imenso (e bem explorado) mas que não conhecemos. Não acompanhamos as transições que o filme faz, não sabemos como encerrou-se a briga na escola, ou de onde surgiu o colega de trabalho que foi o motivo do rompimento de Adèle com Emma. Com cuidado para não parecer moralismo, pois relmente não é, me desagradou bastante a mistificação do sexo lésbico. Em uma das ótimas cenas que ilustra o imenso abismo entre o universo das duas, um dos amigos de Emma fala o quão mágico é o orgasmo feminino, e como deve ser fantástico o sexo entre duas mulheres. Emma rebate com "não, é sexo como qualquer outro, meu trabalho não é sobre isso, é sobre amor e beleza". Porém o filme não economiza tempo com cenas de sexo entre as duas, algumas as vezes notoriamente desnecessárias. 


Nas palavras do diretor Abdellatif Kechiche:

"O que é um olhar masculino? O que é um olhar correto? É perigoso dizer que fui machista quando justamente tive a intenção de banalizar o amor homossexual. Cada um tem um olhar sobre o amor. O problema é que algumas feministas acham que homens não tem o direito de falar sobre o amor de duas mulheres."
Que infeliz escolha de palavras, diretor.

O que eu muito desejo é o fim do fetiche pelo sexo gay, que é sexo como qualquer outro, nesse ponto o filme presta um desfavor. Sensível, muito bem dirigido sem dúvida, mas que peca por não se esforçar para fugir do senso comum. 

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Traveling especial de honeymoon: Tibau do Sul

Casei e a lua-de-mel foi linda. Foi linda porque Tibau do Sul (RN) é linda, porque a Praia da Pipa é linda. Depois de 10 horas dirigindo, tadinho, teria que valer a pena. E valeu! Lugarzinho pequeno, e quem vive lá sobrevive de turismo. Lojinhas, restaurantes, barracas e quiosques são a fonte de renda da população. Sempre soube que era um dos pontos turísticos mais visitados do Nordeste, mas não sabia que era tão visitado assim. Fomos em baixa estação e saímos de lá no primeiro dia do feriado do dia 15 de novembro e olha, nunca vi um lugarzinho tão cheio. Os dois dias que passei lá deu pra conhecer tudo, passear e descansar muito. A Praia da Pipa fica no meu #1 de praia mais bonita que eu visitei e as fotos falam por si. 





Lá existe uma imensa campanha de conscientização por parte da população pra evitar que as praias fiquem poluídas. E funciona. É bem limpo pra ser um lugar tão visitado

Esse lugar se chama Chapadão. Bem sugestivo. É o topo de umas falésias imensas. Aí estavamos a uns 20 metros de altura. É a vista mais bonita do lugar.

Double selfie pra fechar com cara de insolação. 



quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Traveling: Canoa Quebrada

Categoria nova no blog! Eu e o querido, vez ou outra arrumamos nossas malinhas e partimos para conhecer uns lugares novos. E eu até agora não descobri nada melhor do que viajar, viu. Daí que eu vou pra vários lugares legais, porque não falar desses lugares aqui, pra ficar guardadinho pra sempre? Claro que já fica na memória, mas a memória de vez em quando falha, a internet não. Brincadeira. Só quero postar foto mesmo. Aviso de antemão que não tem nenhum ponto turístico mundialmente famoso ou internacional na minha galeria de viagens, só lugares daqui da terrinha mesmo. Mas que são igualmente fascinantes. Como só peguei as câmeras no fim da tarde, só tem foto no escuro. Hoje vos apresento a praia de Canoa Quebrada.











segunda-feira, 9 de setembro de 2013

De como o feminismo liberta



Esse é um post bastante pessoal. É sobre minha vida e quem eu sou. Pronto. 

Família. Primeiro, vou tentar ao máximo não entrar no lado sentimental da situação. Em nenhum momento eu ponho em xeque o amor que sinto por meus pais e irmãos. O assunto não é esse. 

Sou muito ligada ao feminismo. Não só socialmente, mas emocionalmente. Já me disseram que eu mudei depois que "virei feminista". Pensei bastante nisso e descobri que não, não mudei. Só encontrei uma justificativa coerente pra ser quem eu sempre quis ser. Durante muito tempo sofri em segredo por ser exatamente o contrário do que sempre esperavam de mim. Nunca fui mocinha, calada e delicada. Sempre ri alto, não sou nem um pouco tímida, nem recatada, nem carola. Não sou cheia de moral e nem pudores. Nunca achei errado nada relacionado ao sexo. Atuei como uma menina fofa pra família durante toda uma vida. Por dentro, me roía de raiva e achava bizarra a minha prima super obediente que não questionava nada. 

Me achava péssima. Uma falsa, covarde e mentirosa. Já passei por várias crises, tentando com força mudar minha essência, meus pensamentos. Eu não sabia que era certo ser eu. Foi o feminismo que me ajudou a encontrar a tão procurada autoaceitação. E eu sou um pequeno caso a parte. E a quantidade de mulheres que superaram o terrível trauma de um abuso sexual pelo feminismo? E as que conseguiram sair da companhia de homens que a espancavam? Sem o nosso feminismo o mundo seria bem diferente. Aqui o assunto deixa de ser eu. Eu não significo nada. Eu sou só uma das inúmeras mulheres que conseguiram extrair da opressão a força pra lutar. Não é fácil transformar o ódio em amor. Quem consegue, torna-se livre. Antes de mais nada, o feminismo liberta.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Recomendação do dia: Alex Castro

Sabe aquele tipo de pessoa que pensa exatamente do jeito que você queria conseguir pensar? Essa é minha relação com esse escritor livre, leve e solto que eu conheci no Facebook.

Nem tudo é um show de horrores lá.

Voltando ao Alex, o que eu quero expor aqui é seu jeito inofensivo - até certo ponto - de libertar-se de muito estigma que parece natural na nossa cabeça. Eu amo a visão que ele tem do amor, do trabalho e da questão de "bens". Alex Castro, um cara pra se inspirar.

Ontem baixei um livrinho que ele disponibiliza no seu site pessoal. Li numa olhadela só o "Viagens na Terra dos Outros, aforismos turísticos e expatriados." Leitura leve, cômica, trágica e irônica. Leitura de ônibus ou de sofá com café. Esse cara não é só um ótimo contador de história, ele é um exímio tradutor de sentimentos. Já chorei pra valer com textos dele, não pela mensagem em si, mas pelas palavras. Nunca eu havia sentido tantas saudades do tempo que eu escrevia como quem respira. Eu era mais magra nessa época, será que é isso? Aproveitem a deixa pra dar um like na fanpage dele. Vai deixar o feed de vocês menos pavoroso.

"Sejamos todos mecenas da literatura brasileira"

terça-feira, 30 de julho de 2013

Top 3 de aniversário - Kate Bush

Estreando categoria aqui no CdT, yay! O top 3 de aniversário consiste basicamente em eu postar três das coisas que eu mais gosto de um artista (ou não) no dia do aniversário dele. Pode ser cantor, ator, diretor, desenhista, escritor e etecéteras. 

E hoje quem faz 55 aninhos é a lindona da Catherine Bush. Kate é a diva descabelada dos anos 70/80 que chegou miando e abalando. Ela é aquele tipo de artista que você reconhece  partir da primeira nota, de tão singular que é sua música. Perfeccionista ao extremo, a gata só solta álbum quando não tem mais onde encontrar defeito. Todas as músicas que eu vou soltar aqui são do "The Kick Inside", primeiro álbum de estúdio e meu preferido.



♥ - The man with a child in his eyes




♥ - Kite


Kate dançou ballet durante a vida toda, por isso a performance é num nível tão profissional. 

E claro, não pode faltar:

♥- Wuthering Heights




Como a maioria de seus clipes, esse também tem mais de uma versão, mas essa é a minha preferida.

CURIOSIDADE EXTRA: Hoje também é aniversário de Emily Brontë, autora de O Morro dos Ventos Uivantes, justamente o livro pra qual foi escrito a música acima. 

sábado, 13 de julho de 2013

Pedagogia da descoberta

Sempre quis ter um blog com um conteúdo bem cultural, cheio de artes plásticas, música e cinema. Aqui até que tem um pouco disso, mas meu ego megalômano insiste em me fazer escrever coisas de cunho pessoal. Eu te aceito, ego. Então decidi que vou falar sobre o curso de pedagogia, comparando minha expectativa com o que o curso realmente é e acho que, pra quem não conhece, realmente essas informações serão novas. 

Sempre gostei muito de psicologia. Estudo por contra própria tem um bom tempinho. Passei meu ensino médio todo pensando que meu sonho era cursar psicologia. No segundo ano, passei acidentalmente no vestibular. Acidentalmente mesmo. Nem lembrava mais daquele fatídico Enem, quando de repente recebo um sms automático do SISU falando que eu havia sido aprovada na Universidade Federal do Ceará. Pra pedagogia, que era a opção que eu havia deixado lá, por julgar que era a mais "parecida" com minha tão sonhada Psicologia. Depois de muita burocracia, consegui autorização pra cursar. Fui muito feliz, poxa! 15 anos e na faculdade!

O que eu esperava da pedagogia na verdade era algo completamente diferente, literalmente o oposto do que o curso realmente é. Pensei que eu fosse estudar metodologias de ensino, transtornos de aprendizagem infantil, psicologia de ensino e todas essas coisas. Sintetizando, eu pensava que o curso era um bloco de aulas que ensinavam você a ser professor de criancinhas. 

Depois, passei a entender que a pedagogia é bem mais que isso. É a área que estuda a educação em todas as suas faces. E que mundo vasto, meus amigos. Descobri que eu sou uma peça fundamental dentro de toda uma conjuntura que clama por mudanças. Encontrei uma realização pessoal inédita ao me sentir parte do Movimento Estudantil, ao promover ciclos de debates sobre questões tão óbvias, mas que a gente deixa passar batido. Descobri que a pedagogia não é uma graduação para meninas que amam crianças e sonham em ser professoras. A Pedagogia, ou Ciências da Educação, é um espaço de formação, crescimento pessoal e atuação social. É o melhor lugar possível pra quem acredita num verdadeiro resgate popular. Descobri que eu amo política, que eu faço política. 

Todo mundo tem uma professora marcante, que até hoje tem uma frase marcante cravada na sua memória. Não precisa ser pedagogo pra voltar os olhos pra tudo que a educação representa. Basta ter a fome de lutar por quem tem fome. 

Prometo tentar voltar com a Brasileirarte! :)

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Da impotância dada a tudo que não importa.

Confesso que não dou muita importância à cerimonias de caráter contratual. Sei que vivemos numa cultura que nos cobra ritos de iniciação em tudo, ou do contrário nada é válido. Nunca antes eu havia me debruçado sobre isso, mas as situações nos levam a notar certas coisas. Explico.

Recentemente, me mudei com meu namorado. Estamos morando juntos. Dividindo a casa, a vida e as preocupações. E eu estou absolutamente feliz. Me sinto casada com essa realidade. Aí eu chego pra uma amiga, que eu não vejo há tempos, e falo: "Casei". Ela imediatamente rebate com "E porque eu não fui convidada pra cerimônia?"

Oi? Então... Não teve cerimônia. Não ainda. Planejamos assinar os papéis, e tudo mais. O mundo nos obriga. Se não assinarmos, nunca poderemos nem dividir o mesmo contrato do plano de saúde. E a experiência de uma nova fase? As ansiedades? 

Não, não valem. Eu não casei.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Saiu! O Hobbit Part 2

Nada de muito inédito, cheio de cenas que a gente já imaginou. Mas muito bonito, claro, e emocionante! Já dá pra ficar ansioso.

 


O Hobbit - A desolação de Smaug estreia em dezembro nos cinemas


domingo, 9 de junho de 2013

Brasileirarte: Cândido Portinari

Pessoal, pensei em pesquisar sobre artistas plásticos brasileiros modernos e contemporâneos. Motivo: estudamos isso tão pouco na escola!  Então essas minhas pesquisas, que transformarei em posts pro blog, serão um aprendizado e tanto principalmente pra mim. A gente vê tanto Salvador Dali, Da Vinci, Picasso em tudo que é lugar e só conhecemos Di Cavalcanti ou Sinhá D'Amora por nome, e mais nada.

Inaugurando a categoria Brasileirarte no blog, Cândido Portinari!

Nasceu na São Paulo de 1903, estudou Belas-Artes no rio de Janeiro e alcançou fama mundial após sua obra "Café" ganhar um prêmio em Nova Iorque. Portinari é complexo justamente por ser tão simples! Abordava em suas pinturas cenas do cotidiano, cenas que todo mundo já viu. Porém fazia isso através de uma ótica intimista, usando cores tão típicas de suas obras. Tive a grande felicidade de visitar uma exposição dele aqui em Fortaleza. Pude ver as suas bisnaguinhas de tinta, seus caderninhos de anotações e rabiscos, o cavalete onde pintava, seus óculos e também uma triste carta, escrita a punho, onde ele testemunhava sua dor de não poder mais pintar, pois estava intoxicado pelas substancias das tintas. Foi uma experiência inédita pra mim. Me senti perto da pessoa que ele foi. Por alguns minutos eu o compreendi enquanto homem. Parei de tentar encontrar traços cubistas ou surrealistas em suas telas e comecei a sentir o que ele sentiu no encontro do pincel com o tecido. A pintura finalizada e ao lado no mínimo cinco rascunhos do mesmo desenho, mas de diferentes ângulos, nos permite ver o quão cuidadoso era e o quanto amava suas obras, assim como todo artista que produz com o coração. Morreu em 1962. 


 Nossa arte conceitual nas projeções




 A morte cavalgando





 A paleta de misturar as tintas


Minha amiga linda e na sua frente a tela "Mãe com filho morto"


A arte não é coisa de rico. Arte é rica por si só e é de uma riqueza imensurável. 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

TFGS Day: Junho

Bom, escolhi o dia de hoje para dar início as atividades do blog. Deixe-me explicar:
O The Fairy Garden Society é um grupo secreto onde nós trocamos informações, opiniões e inspirações sobre fantasia, seres mitológicos e tudo que é mágico ou nos encanta. É um espaço livre onde podemos falar sobre coisas que normalmente não falamos com qualquer pessoa. 
O TGFS Day é um dia onde todos os membros da comunidade postam coisas relacionadas a fantasia em seus blogs, uma vai indicando as outras e assim se forma uma teia cíclica. Não é lindo? Todo dia 7 do mês é dedicado ao TGFS Day, pois foi nesse dia que o grupo nasceu.

Tô numa vibe construtora/decoradora/designer por conta da minha mudança, que ocorrerá em breve. Pulando de tag em tag nos Pinterest da vida, achei umas coisas que me impressionaram. O melhor é que não são ilustrações digitais, são construçõezinhas mesmo que alguns lindos artistas ocultos ao redor do mundo conseguem fazer. Casas de Fada! 









Imagina se eu me ponho pra fazer um negócio desses debaixo do meu bonsai? Será?
Agora vocês ficam com o blog da Andréa!


Fonte das imagens: Pinterest